Fachin determinou que os trabalhos relacionados ao impeachment
sejam interrompidos até que o plenário do tribunal analise o caso, o que
deve acontecer na próxima quarta (16). O objetivo, segundo o
magistrado, é evitar a realização de atos que, posteriormente, possam
ser invalidados pela Suprema Corte.
“Com o objetivo de evitar a prática de atos que eventualmente poderão
ser invalidados pelo Supremo Tribunal Federal, obstar aumento de
instabilidade jurídica com profusão de medidas judiciais posteriores e
pontuais, e apresentar respostas céleres aos questionamentos suscitados,
impede promover, de imediato, debate e deliberação pelo Tribunal Pleno,
determinando, nesse curto interregno, a suspensão da formação e a não
instalação da Comissão Especial, bem como dos eventuais prazos,
inclusive aqueles, em tese, em curso, preservando-se, ao menos até a
decisão do Supremo Tribunal Federal prevista para 16/12/2015, todos os
atos até este momento praticados”, decidiu o ministro.
Na ação judicial, o PCdoB questionou não apenas a possibilidade de
deputados concorrerem às vagas sem indicação pelos líderes de seus
partidos, mas também a votação secreta para escolha da chapa e a divisão
da comissão por blocos, e não partidos. O ministro antecipou que não vê
previsão legal para a votação secreta.
“Em relação ao pedido cautelar incidental que requereu a suspensão da
formação da comissão especial em decorrência da decisão da Presidência
da Câmara dos Deputados de constituí-la por meio de votação secreta,
verifica-se, na ausência de previsão constitucional ou legal (...), a
plausibilidade jurídica do pedido, bem como ante a iminência da
instauração da comissão especial, o perigo de dano pela demora da
concessão da liminar requerida”, escreveu Fachin na decisão.
De acordo com o PCdoB, a escolha de um deputado para a comissão por
votação em plenário, sem indicação do líder, fere a autonomia
partidária. “As candidaturas avulsas consistiriam em arranjo sem
previsão normativa em que deputados se candidatam a membros da comissão
especial contrariando as indicações de seus partidos, feitas pelos
respectivos líderes partidários”, afirma o texto.
Fachin solicitou ainda que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preste
informações no prazo de 24 horas sobre a eleição da comissão especial.
Em sua página no Facebook, a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali,
comemorou a decisão do ministro. “Vamos comemorar essa decisão primeira e
vamos aguardar a decisão final do Supremo para que a gente tenha
legalidade e democracia. Esperamos que o Supremo assim decida, para que
esse processo possa ser acompanhado dentro da Constituição e da
legalidade e que nós provemos que não há crime e que há um golpe em
curso, mas que será barrado por todos nós”, disse a deputada,
ressaltando o protagonismo do partido, que entrou com a ação no STF.
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